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Aprendendo a amar (o começo)


Aos 54 anos, curtindo uma depressão pós-aposentadoria, fui convencida pelo maridão a subir na garupa de sua Road King. Logo eu, avessa a todo e qualquer tipo de moto! Rapidamente descobri que não queria esperar o próximo capítulo de minha vida sentada no sofá. Com toda paciência do mundo e muita habilidade, Bueno acabou despertando em mim o prazer pelas viagens de moto. Era Lady garupa e feliz, mas ele não parava de insinuar que eu deveria aprender a pilotar pois poderia ser necessário se ele ficasse, por algum motivo, impossibilitado de pilotar em nossas viagens solitárias. Logo eu, que mal sabia andar de bicicleta!

Água mole em pedra dura - e lá fui eu "fazer só um teste" na moto escola - acabei ficando lá e semanas depois eu recebia minha habilitação. Pouco tempo depois, aos 55 anos, eu estava sobre minha primeira moto: Uma Garinni 250 T3, batizada BRIDA. Era um desafio acompanhar a HD mas, o rei da paciência segurava nas marchas para que a pobre Garinni acompanhasse as viagens. Rio, Bahia, Minas - esperando com paciência nas subidas e ultrapassagens.


Um ano depois ganhei minha primeira HD, uma Heritage 2006 (EDWIRGES). Confesso que morri de medo no início! Mas uma Harley te ensina o caminho da liberdade e prazer de pilotar. Logo estava completamente apaixonada por ela. Afinal, havia RECOMEÇADO a viver, rejuvenescida de corpo e alma! Com ela atravessei várias fronteiras de estado e algumas internacionais; nela aprendi que excesso de confiança nos leva a erros perigosos; também me levou, várias vezes, ao encontro de grandes e queridos amigos forjados em torno do motociclismo de viagem. Aumentou meu amor próprio e meu amor por muitos outros harleyros.


Hoje rodo com minha querida DYVAH, minha Heritage 2014. E agradeço o dia em que Bueno me convenceu a vencer esse desafio. A vida tem um outro sentido quando sentimos o vento e a liberdade que a estrada traz. Estou curtindo uma nova adolescência, sem medo de ser feliz!


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