Saímos de Salvador no domingo pela manhã e percorremos 510 km até Petrolina, em Pernambuco.
O objetivo era conhecer na segunda feira as vinícolas locais pois ficamos sabendo que o Vale do São Francisco produz excelentes vinhos, tendo vinícolas do Grupo Miolo na Fazenda Ouro Verde, a Rio Sol (da Vitivinícola Santa Maria, a maior do estado), a Botticelli, pioneira no Nordeste no cultivo de uvas para exportação e a Bianchetti, única vinícola do Nordeste a produzir vinhos orgânicos e que também aposta nos sucos.
Tivemos um pouco de dificuldade para conseguir o passeio pois, segundo várias agências de turismo que contactamos, os mesmos só eram realizados de quinta a domingo e já não havia tempo hábil para o passeio de catamarã pois chegamos domingo à tarde na cidade. Conseguimos contato com uma agência (Opção Turismo) que realiza passeios terrestres pela Fazenda Santa Maria (vinhos Rio Sol) com degustação e marcamos para a segunda pela manhã, quando então o motorista foi nos buscar no hotel e nos levou à vinícola, distante uns 60 km da cidade.
Tudo ali é muito surpreendente. A guia nos levou a campo para conhecer os parreirais e fez uma explanação sobre as fases e os tipos de uvas encontradas, além da técnica de produção: “O solo é raso e a seca ininterrupta durante oito meses do ano. Mesmo assim, nossas vinícolas são as únicas no mundo onde se pode plantar e colher em qualquer época do ano. Graças às três mil horas de sol intenso e à cultura irrigada com as águas do São Francisco". A irrigação é feita por gotejamento e tudo é muito controlado pois não pode haver falta ou excesso de água ou insumos. Existem dois tipos de parreiral: o latada (na horizontal) e o espaldeira (na vertical). Pudemos também visualizar as uvas em todas as suas fases (exclusividade das vinícolas do Vale do São Francisco). E, claro, tambémsaborear algumas uvas .
Depois da visita aos parreirais, fomos conhecer a fábrica e aprender sobre as fases de produção do vinho. Ali o tinto de destaque é o Paralelo 8, um blended com uvas Aragonez, Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Syrah e Cabernet Sauvignon, com amadurecimento de oito meses em carvalho francês. Na sala de barricas, a bebida é armazenada na temperatura ideal. Garanto que é delicioso. Além de degustar no local, comprei uma garrafa que saboreei depois. E provamos vários espumantes por lá...
A noite cumprimos mais um programa local imperdível: A visita ao bodódromo e degustar um bode assado... Adoro!
No dia seguinte resolvemos conhecer um pouco mais Petrolina e aproveitar para resolver pequenas coisas em bancos e correios. A cidade é bonitinha, mas muito quente! Eu e Rose fomos visitar o museu do sertão e espiar o artesanato local, enquanto Bueno se ocupava da limpeza e manutenção das motos.
Mas quem vai na beira do S. Francisco tem que ao menos molhar os pés! Partimos para um balneário que fica um pouco fora da cidade, a Ilha do Rodeadouro. Uma tarde de relaxamento, preparando o corpo para enfrentar o calor da estrada no dia seguinte e aproveitando para despedir-se do Velho Chico.
