Até aqui tínhamos percorrido 3.699 quilômetros mais ou menos planejados, em função do passeio ao Jalapão, previamente marcado. Ainda não havíamos decidido qual seria o destino fora do Brasil. A princípio, pensamos em descer até Foz do Iguaçu e atravessar a Cordilheira na Argentina para conhecer o Atacama e de lá ir até o Peru, em Machu Picchu. Mas as previsões climáticas não eram boas no sul e sudeste do País, onde chovia torrencialmente. Decidimos arriscar ir para o norte, apesar de estar perto do começo da temporada de chuva por lá.
Chovia muito em Palmas e resolvemos sair depois do almoço, na esperança do aguaceiro amainar. Saímos ainda com chuva mas logo o tempo firmou. Na BR 010 (Belém-Brasília) paramos para socorrer um pobre jabuti que estava no meio da pista. Socorrer o bichinho era também evitar um acidente. Imagine o risco que corre uma moto (ou mesmo um carro pequeno) o atropelando! Dá pena a quantidade de animais mortos em nossas estradas. Toda atenção é pouca: Quase atropelei um lagarto e um tamanduá mirim nesse percurso.
Mais adiante, um susto em um "pare-e-siga", que poderia ter acabado com a viagem: um apressadinho tentou sair mais rápido do comboio e atropelou minha moto, acertando meu protetor de motor traseiro (se não tivesse o acessório seria minha perna, com certeza) e me jogando no chão. Fora o susto (e a raiva), não houve consequências físicas ou materiais. E, para completar, mais uma novidade: Meu GPS entrou em pane e Bueno não tem um. Quer saber, nem me preocupei. Vamos de mapa, então.
Estava ficando tarde e evitamos pilotar à noite; então, rodamos só cerca de 250 km até Gurupi. No dia seguinte pegamos a GO-164 e rodamos 640 km até Santa Fé de Goiás. No caminho, muito gado, fazendas suntuosas e curiosidades, como hotéis para descanso do gado em transporte (Boitel). Faltavam 677 km para chegar a Cuiabá.