top of page

Juliaca e Arequipa

Hora de dar adeus a Ollantaytambo e voltar ao caminho pelo Vale Sagrado. Dessa vez percorremos todo o vale de dia, podendo admirar a paisagem, até a cidade de Juliaca. O dia estava lindo, e nos permitimos mais uns cliques da cidade.

A viagem não poderia ser mais agradável. O céu estava limpíssimo e o Vale Sagrado mostrava agora toda a sua beleza.

O Vale Sagrado corta os Andes peruano e foi escolhido pelos Incas por seu clima e geografia, se constituindo em um grande ponto de produção de alimentos. Ali se produz os melhores grãos de milho no Peru e também existem numerosos monumentos arqueológicos e povoados indígenas.

A paisagem nunca se repete dentro do Vale Sagrado. As montanhas vão compondo cenários diversos com formas e coloridos sempre diferentes. Aqui e ali, uma lembrança de que você está nas alturas, com picos ainda com gelo e neve.

Uma paradinha para almoço, uma deliciosa truta com arroz e batata. Nem adianta procurar por algo mais sofisticado: Na estrada os restaurantes são sempre muito simples e em povoados pobres. Aqui faltavam poucos quilômetros para chegar em Juliaca mas a fome apertou.

Olha a carinha do Bueno "malado"...

As cidades no caminho são pequenas. Logo a paisagem volta a mostrar infinitas retas ladeadas por belíssimas montanhas.

Chegamos na entrada de Juliaca e toda aquela beleza do Vale parece desaparecer. A cidade é chamada de "cidade dos ventos" mas, com certeza, é a cidade da poeira! Caos total, confusão, todas as ruas em obra, nenhuma placa indicando caminho. O trânsito um inferno de cabriolés que pareciam andar a esmo misturados aos veículos que não pareciam saber qual lado da pista tomar, feiras no meio da rua, pedestres, bicicletas, trilhos que cortam a pista com enormes desníveis e, mesmo assim, parecia que todos se entendiam no meio da poeira e buraqueira.


Fotografias? Nem pensar em parar pra tirar fotos! Juliaca fica a 3825 metros e Bueno, ainda se recuperando da dengue baiana, começou a sentir os efeitos do soroshi. Resolvemos não continuar a viagem aquele dia.


Saímos em busca do centro da cidade e paramos em uma praça que parecia ser o único local que não estava em obras por ali - apesar do trânsito intenso - e conseguimos informações sobre um bom hotel, mas não foi fácil chegar até ele! Enfim, instalados e com as motos na garagem, coloquei Bueno pra descansar. Mais tarde o restaurante do hotel serviu o jantar no quarto, a pedido, oferecendo para ele uma sopa que não sei de que era, mas a sua recuperação foi quase imediata!


No dia seguinte, descansados, continuamos rumo a Arequipa. Saindo de Juliaca, a estrada começa novamente a subir e vão surgindo as curvas na montanha. A paisagem agora é outra, também bela.

De Julliaca a Arequipa são 270 quilômetros e muitas curvas íngremes. A estrada vai subindo serpenteando até chegar às Lagunillas a 4410 metros.

Paisagens de perder o fôlego (maravilha as lagunillas no alto da montanha), além de muito frio e vento e muitos vicunhas, depois a estrada vai descendo e cruzando uma enorme reserva de salinas.

Para quem não conhece, esse bichinho lindo é um vicunha. É um camelídeo andino, o menor deles. Sua lã é de excelente qualidade, o que quase o leva à extinção. O único perigo que ele oferece é você entrar em uma curva e se deparar com esse bonitinho (que parece estar sempre sorrindo) no meio da estrada.

Chegamos em Arequipa, cidade com fortes traços da colonização Espanhola. Está localizada numa área fértil do vale das montanhas desérticas da cordilheira dos Andes, e rodeada por vários picos, entre os quais o vulcão El Misti, com cerca de 5822 metros de altitude. Grande parte de seus edifícios foram construídos numa espécie de rocha vulcânica de cor branca, designada de "sillar", o que levou a cidade a ser considerada patrimônio mundial. A Plaza de Armas é belíssima.

A cidade é surpreendente, mas o que impressiona mesmo é a visão dos vulcões em seu entorno. Os habitantes locais se mostram preocupados pois este foi o único ano em que não se viu neve no topo do vulcão El Misti.

Ao fundo, Arequipa e três vulcões que a rodeiam: o Chachani (o mais alto, com 6089 metros), tem os seus cumes frequentemente cobertos de neve. O El Misti, (5822 metros de altitude), tem a forma de um cone perfeito e está apenas adormecido sendo sua última erupção foi em 1985. E o Pichu Pichu, com sete picos, um vulcão extinto (o mais alto com 5665 metros).

Para nossa tristeza, descobrimos mais tarde que a máquina fotográfica com a qual fizemos fotos da subida da cordilheira, da arquitetura de Arequipa e de outros lugares apresentou defeito e todas as fotos saíram sem definição, totalmente borradas. Ficamos somente com as lembranças gravadas nos celulares e na nossa mente.


Mas eu ainda gostaria de descobrir o que colocaram na sopa do Bueno em Juliaca... ;)



bottom of page