Saímos de Arequipa em direção à Tacna, com um visual maravilhoso. A estrada começa sinuosa, cortando caminho entre as elevações próximas a Arequipa.
Poucos quilômetros depois passamos pelo nosso primeiro pedágio na Carretera Sur, em Ushumayo, um dos 29 distritos que formam a província de Arequipa. Motos NÃO pagam pedágio no Peru; mas os espaços reservados para a passagem das motos são, para variar, estreitos e mal sinalizados.
A viagem estava ótima, com pouco trânsito, pista sem defeitos e curvas deliciosas. São 427 quilômetros com muito deserto cortando a cordilheira em direção ao Pacífico. A paisagem é simplesmente deslumbrante. Estamos na lua!
Tem um pouquinho da viagem aqui:
Ao chegar ao Pampa de La Clemesi, que pertence ao Departamento de Moquegua (também conhecido como Deserto Clemesi), ficamos com a sensação de estar em Marte. Um deserto vermelho, imenso e lindo! A área é militar, grande parte do território pertencente à Força Aérea Peruana. Paramos um pouco para admirar a paisagem e fazer uns registros.
E ainda fizemos um filminho do entorno... com direito a portunhol e gracinhas do Bueno!
Conforme o sol se desloca, as cores vão se modificando no deserto. Fenomenal!
O deserto é enorme e rodamos muitos quilômetros sem muito movimento de veículos, mas não tivemos o menor problema com combustível pois encontramos muitos postos de gasolina no caminho. Nesse trecho, abastecemos no posto próximo à entrada da mina de cobre Antapaccay, uma das maiores do Peru.
Com a proximidade da entrada para as minas de cobre, começamos a compartilhar a pista com uma grande quantidade de caminhões. Mesmo assim, a viagem seguiu tranquila pois a pista tem uma enorme visibilidade o que facilita as ultrapassagens.
A natureza chamou e fui procurar o banheiro do posto de combustíveis (que aqui chamam de Grifo). Ah, meus caros... essa era a única parte difícil da viagem! Eu preferiria um matinho, se tivesse algum no deserto! Mas já que só tem isso pra hora...
A viagem continuou por retas longas e curvas suaves por um bom tempo.
Impressiona ver as condições de habitação no deserto! Mas, se precisar, existem hospedagens em vários lugarejos.
Aqui ↓ eu TINHA que entrar para a esquerda...rs. Sem crise - corrigi pouco depois, pois paramos em um grifo logo a frente para perguntar - E não encontramos absolutamente ninguém! Perdemos alguns minutos até achar um ser vivente por ali, que nos ensinou a direção certa.
Logo passamos por outras subidas na cordilheira. E a paisagem, outra vez, mudou radicalmente e as montanhas voltaram ao rubro do cobre.
Outro pedágio. Reparem no "cantinho" para passagem de motos...
Paramos na entrada de Cuajone para abastecer e descobrimos que a Bolívia era logo ali e que estávamos a 20 km da sua fronteira.
Dali até Tacna a estrada foi ficando mais plana e o vento, que já era bem presente todo o tempo, aumentou muito. A pilotagem ficou o tempo todo "inclinada", para compensar. Foi interessante notar que a areia não se depositava na pista em nenhum momento e não havia risco de derrapar. Então, mão na bomba!
A Estrada agora era uma reta sem fim com muito, mas muito vento mesmo! O deserto se alongava a cada acelerada e parecia que Tacna era um lugar que não existe!
Fomos parados pela polícia, sim. Mas para aguardar a retirada de tubulações que estavam abandonadas na beira da pista, e ali ficamos por meia hora.
Chegamos em Tacna e rumamos direto para a fronteira, que fica a 52 km da cidade. Na imigração preenchemos um formulário e tivemos os passaportes carimbados sem problemas. Aproveitei para trocar meus soles restantes no banco dentro do complexo fronteiriço.
Depois da imigração fomos para a aduana para liberar as motos e aí a coisa pegou! Bueno não sabia onde estava o SUNAT dele (documento que prova que a moto entrou legalmente no Peru) e assim não podia liberar a moto. Depois de muitas idas e vindas procurando o documento, sugeri que ele pedisse ao fiscal para verificar no computador pois o documento foi feito imediatamente após o da minha moto; logo, deveria estar no sistema com o registro seguinte. Pronto! Problema resolvido, motos liberadas. Vamos ao Chile!