De Antofagasta, nosso objetivo era seguir mais um pouco em direção a Santiago, mas somente até a mão do deserto. Saímos da cidade rumo ao sul e a estrada, como sempre, de pista perfeita e com pouquíssimo movimento.
No km 1300 de Panamericana Norte, no meio do deserto a 75 quilômetros ao sul de Antofagasta, avista-se uma escultura de ferro e cimento em formato de uma mão “emergindo” da terra, com quase 12 metros de altura. La Mano del Desierto, a mão do deserto, impressiona; mas, apesar de haver muitas histórias e folclores sobre a obra, o autor diz ter “apenas construído uma pausa poética no deserto”.
Ícone de Antofagasta e uma referência simbólica dos viajantes, apesar de tão grandiosa, se integra perfeitamente à paisagem do deserto. Sua construção e manutenção tem o patrocínio da Corporação Pro Antofagasta que também é responsável por limpezas periódicas por que a escultura (infelizmente) é um alvo constante de pichações.
Não sei de onde surgiu a tradição de ser visita obrigatória dos motociclistas que viajam pelo Atacama. Mas vale a pena passar e registrar toda a beleza da obra do escultor chileno Mario Irarrázabal, ali plantada desde 1992. De perto, a escultura traz a sensação de haver um corpo enterrado tentando se libertar. Os detalhes das unhas, das dobras dos dedos, são perfeitos. Valeu a pena a visita!
