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De volta ao Brasil

Nosso planejamento inicial era pegar a RN16 em Jujuy e seguir até Corrientes, um percurso de 860 km. Parece muito, mas as estradas boas e sem trânsito da Argentina permitiriam uma viagem em torno de 10 horas, com a alternativa em Presidencia Roque Sáez Peña, a 765 km mas um erro na saída de Jujuy (a única vez que o GPS fez falta) nos fez fazer uma entrada em pista errada e rodar quase 100 km em direção à Bolívia, erro que só percebemos quando a estrada começou a perder a qualidade (não, não havia placas...rs).


Rimos muito de nossa confusão, voltamos para a entrada de Jujuy e buscamos a RN16, dessa vez com o auxílio de um motorista de ônibus que mal conseguia falar, de tanta folha de coca na boca... Acho que ele se preparava para subir a montanha, rs. Esse erro nos fez rodar menos esse dia e acabamos por dormir em Pampa Del Infierno, a 602 km de Jujuy.

Rodar pelas estradas do Chaco argentino cansa pela monotonia de suas intermináveis retas. Demos sorte de o tempo estar um pouco nublado e fresco e não sofremos com o tão comentado calor do chaco. Pegamos alguns pequenos trechos de terra devido a obras, mas que não foram problema. Mas foi muito lindo ver as imensas plantações de girassóis, um mar de flores amarelas ao lado da estrada.

Eu havia lidos muitos relatos de dificuldade de hospedagem no trecho entre Corrientes e Jujuy e fiquei um pouco preocupada ao entrar em Pampa del Infierno; Ademais, nossos pesos argentinos estavam no fim e não sabia se seriam suficientes para hospedagem, comida e gasolina até a fronteira, pois ali nada se pagava no cartão. Mas, logo perto da principal entrada da cidade, encontramos um bom hotel com estacionamento coberto e seguro (Hotel Bioceanico) onde o proprietário prontamente trocou alguns dólares por moeda local mais do que suficiente para o resto da permanência na Argentina.

O difícil foi jantar. O restaurante mais próximo era o do posto de gasolina, que só servia comida dali umas duas horas. Como estávamos famintos (nunca almoçamos durante a viagem) fomos procurar outro local. Achamos uma pizzaria com ambiente climatizado, pizza deliciosa e cerveja gelada, bem próximo ao hotel. No dia seguinte, rumamos para Foz do Iguaçu e paramos para abastecer em Corrientes. Lá conhecemos Cesar Ortiz e sua simpática família, que moram em Resistência, no Chaco. Ficamos sabendo muita coisa interessante sobre a região conversando com eles.

Nesse dia rodamos 890 km e nossa viagem pela Argentina terminou. Chegamos em Foz do Iguaçu à noite onde, diferente dos outras fronteiras onde passamos, não houve nenhuma fiscalização ou exigência para entrarmos no Brasil. Começou a dar saudade: Eu já estava acostumando a falar portunhol fluentemente...

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